Não te assombre,
Se esquecer,
A torneira ligada,
Ou a panela no fogo.
Não te assuste,
Se esquecer,
Que foi beijada,
Em plena madrugada,
Na rua molhada,
Em final de festa.
Não te espante,
Se esquecer,
Que gosta de primaveras,
De macarrão com feijão,
E uma boa taça de vinho.
Não te entristeça,
Se de repente encontrar,
A casa repleta de rostos risonhos,
Sem recordar-lhes o nome.
Mas te assombre,
Se o teu eu se esquecer,
Que a lacuna que existe lá dentro,
Só se preenche com a alma,
Repleta de histórias.
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